segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pra galera que curte, meu tumblr é: 
http://i-heard.tumblr.com
O poder natural que os filhotinhos exercem sobre mim.

- Primeiros Passos


Hoje eu observei uma criança dando seus primeiros passos. Engraçado como ela, que deveria ter seus poucos anos, no início da vida, era persistente. Chegava a ser bonito ver a garra daquele pequenino. Andava, três passinhos cambaleados. Caía, com um sorriso no rosto, depois segurava-se em alguma coisa e levantava como se nada tivesse acontecido. Gritava aos pais de vez em quando, precisava de mãos para ajudá-lo a levantar. Mas sorria, sempre sorria. Fazia das quedas motivo para levantar e continuar andando. Queria conhecer, explorar tudo. Interessante. Ele era apenas uma criança. E eu, que estava observando-o, estava naquele café para curar as dores de um tombo que havia levado nessa vida. Ah, essa vida. Diferente daquela criança, eu não tinha sorriso no rosto, não queria me levantar daquela confortável cadeira. Não pedi ajuda, e chorava feito um cão sem dono. Envergonhei-me enquanto admirava os passinhos incertos daquele guri. Levantei a cabeça, determinada a seguir meu rumo para longe daquele lugar. O café quente aqueceu meus pulmões, senti um novo folego permear meu peito. Sorri. Seria como aquela criança. Me levantaria quantas vezes fossem necessárias, mas chegaria ao topo. A lentos passo, com muito esforço, mas iria chegar. E sorriria, para espantar as dores das quedas que ainda estavam por vir.

- Sonhos Pela Janela


É estranho ver seus sonhos sendo jogados pela janela. Desmotivante ao extremo. Se sentir incapaz, e sentir aquela infelicidade que só quem viu seus sonhos escapando entendem. É estranho se esforçar e não obter resultado. É quase... Desumano. Ou talvez, humano demais. Não minto, quis sumir mesmo. É que doeu, entende? Doeu não ser o suficiente, não dar o retorno que pessoas importantes esperavam e mereciam. A sorte é que eu sempre guardo comigo aquela reserva de esperança, caso alguma hora ela falte. Coloquei em ação e enxuguei os olhos que marejavam a cada cinco minutos. Forcei um sorriso no rosto, saí para espairecer. Talvez as coisas melhorem de verdade uma hora, mas enquanto não melhoram, finjo a felicidade. Tem muita coisa guardada pra mim ainda, eu sei que tem. E sobre elas só tenho algo a lhe dizer: eu quero tudo. Tudo o que tiver que ser meu. E eu vou lutar sem cansar, sem desistir. Afinal de contas, esta é a lei da vida.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

- Vontades


A pior parte de se despedir é ter que o fazer todos os dias, ser forte pra não precisar, pra não querer. Dizer tchau é fácil, difícil é ir, deixar ir. Não lembrar quando se tem alguém por perto é normal, impossível é se pegar sozinho num dia de chuva e dizer que esqueceu. Não vou negar, sinto sua falta, preferia não sentir, mas, ainda sinto. Vai crescendo, entende? Numa proporção que assusta, que amedronta, que dói. Eu queria ser independente o bastante pra não ter aquela velha necessidade de te ter aqui, aquela velha mania de chegar em casa e te ligar, aquele velho carinho de te ver na rua e ir te abraçar. Vontades. Elas sempre fodem, né? Por que eu tenho vontade de ir até a sua casa e dizer que sinto sua falta, que isso não muda, que não para. Tenho vontade de te ligar de madrugada e admitir que to com medo, ansiosa, com vontade de chorar. Tenho vontade de te gritar e você vir correndo, mas, são só vontades. Vontades essas que me doem dia após dia, como uma sequência de pancadas que nunca sessam, só aumentam. Ontem foi difícil sem você, hoje também é e amanhã ainda vai ser. Uma hora passa, eu me esqueço, começo a rir e a me desprender. [Kimberlly Cavalcante]

- Permanece


Não fala isso, por favor, não fala. Eu preciso de ti aqui, preciso acreditar que você está comigo. Você entende que sem você, eu fico só? És a caixa onde eu guardo meus segredos, meus medos, minhas manias. Não diz pra mim que não me conhece, você não precisa. Você já veio no molde, entende o que eu quero te dizer? Espera, fica mais um pouco. Porque parece que de repente você resolveu partir devagar? Fica aqui, por favor, fica. Permanece por mim, por nós. Eu não posso ficar sem você. Eu não quero. Tem tanta coisa pra construir, tem tanta coisa pra inventar, e se você partir agora? Como vão ficar os meus planos? Todos eles te incluíam. Esteja aqui, mesmo que seja de mentira, mas esteja. Teu colo é o único que serve.

domingo, 20 de novembro de 2011

- Tout Va S'arranger


"Tout va s'arranger." Repetia para si mesma, incansavelmente. Tinha medo do que estaria lhe aguardando, mas sentia-se forte o suficiente para encarar o que quer que fosse. Difícil, fácil, tanto faz. Seria mais uma das muitas pelas quais ela ainda teria que passar. Esforçava-se, para não abater-se caso as coisas dessem errado. Sabia que estava fazendo a sua parte. Tentava manter a calma. A linha da loucura a acompanhava, no limite de seu corpo. Exaustão era a palavra. Infindável coragem era a regra. Dia após dia, dormia e acordava com um urro de vitória dentro do peito. Ela queria, e iria conseguir. "Tudo vai dar certo." Fazia questão de repetir. Desta vez, em sua própria língua. Soava como verdade. E ela, confiante, acreditava.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


Eu só me sinto como se eu tivesse que parar de pensar sobre isso, você sabe, mas eu não posso.

- Talvez


Ela estava deitada na cama bagunçada, enquanto sentia o cheiro do café exalar pela casa. Seus olhos estavam incomodados com a luz fraca que entrava pela janela do quarto, mas quando ele passou pela porta, a luz tornou-se o brilho de um anjo que adentrara o ambiente. Os omeletes estavam prontos em um prato que ela não notou e o sorriso dele, mais lindo do que nunca, era a necessidade que ela sabia que nunca deixaria de ter. Ela não queria comer, não queria falar, não queria dormir. Queria só ficar ali, aninhada em seu peito, sentindo-se protegida de qualquer coisa, sentindo-se forte para enfrentar o que viesse. Ele beijou a ponta de seu nariz, enquanto acariciava a bonita pele de pêssego. Ela se sentia tão leve, que por alguns segundos acreditou que podia flutuar.
-  Não entendo. - Ela falou com a voz baixa.
-  O que você não entende?
- O fato de você estar aqui. As pessoas vão embora, sempre vão. Mas você cuida e permanece. E isso só me faz acreditar mais e mais que você nunca vai partir. Engraçado me ver cedendo a este pensamento e simplesmente aceitar o risco de uma hora te ver partir e levar um pedaço tão grande de mim. Acho que isso... Talvez seja amor. - Ela falou, mais para si mesma do que para ele. "Talvez seja amor" para não explicitar a certeza de seus olhos. E ele, mais que qualquer um, sabia disso.
- Cuido de você porque não posso te ver em risco. É como se por alguns segundos a minha vida estivesse em risco, você entende? E permaneço porque não sou capaz de viver sem você. É como... Oxigênio. E o dia que sair de perto de você, será só para existir. Viver, de verdade, só enquanto você estiver por perto. Você acha que talvez seja amor? - Ele terminou, corando as bochechas.
- Talvez. - Eles sorriram. Aquele típico sorriso bobo, acompanhado daquela estranha felicidade repentina. Ela estava de olhos fechados, deliciando-se com cada palavra que acabara de escutar. Acreditando feito boba. Amando feito louca. Sentindo feito pele. E decidiu que não queria sair nunca mais daquele lugar, daquele aconchego. Ele estava observando-a, encantado, não queria deixá-la sair daquele lugar, daquele aconchego.

- Bateu Saudade


Hoje bateu uma saudade sabe, daquelas que sufoca o coração. Saudade dos abraços, dos sorrisos, das piadas, das situações, das pessoas. Saudade de tudo, tudo mesmo. Foi tão importante pra mim, me fez crescer. Por bem, por mal, mas fez. E só posso dizer que o que não veio para somar, veio para ensinar. E o que veio para somar, me fez feliz, muito feliz. Aquele aconchego, aquele calor de tanta união que nós tínhamos. Aquela sensação de importância e as muitas horas que éramos capazes de passar só jogando conversa fora, rindo e fazendo aquilo ser verdadeiro. Se eu disser que passou, que é para ser esquecido, simplesmente não se aplicará. Ficou tatuado no coração e na cabeça, se tornou irreversível. Ficou aqui dentro e se cutucar um pouquinho, desencadeia uma série de outras saudades. E vai fazendo mergulhar em um mar profundo de nostalgia, dos tempos em que éramos felizes, muito felizes. De uma maneira diferente, éramos muito iguais.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

- Seja Forte


O lance é levantar a cabeça e seguir em frente todos os dias. É ter um foco, uma meta, uma direção que aponte para um único lugar. É saber viver apesar dos problemas, e não em função deles. É ser forte, e quando se sentir fraco, se tornar forte, pois só os fortes permanecem. Os fracos desistem e os covardes, nem tentam. Não seja covarde, tem um mundo enorme esperando pra te engolir lá fora, mas se você não enfrentá-lo, infelizmente não aprenderá a ver o lado bom das coisas. O lance é correr atrás da felicidade, seja o que ela signifique pra você. É valorizar aqueles que te querem bem e deixar de lado o que te atrasa e não te faz crescer. É superar as feridas que as pessoas vão deixando no seu coração e depois de chorar, levantar a cabeça e levar como aprendizado. Enfatizo: seja forte! Quando achamos que tudo vai desmoronar é que a nossa força realmente resolve aparecer, e descobrimos que conseguimos sorrir apesar de tudo, mesmo que muitas vezes acreditemos que seja de mentira, ainda somos capazes, pois lá dentro do ser humano existe aquela esperança. Aquela tradicional esperança que depois da crise te faz levantar e dizer "Sim, eu sou capaz".

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

- Fantasia



Quatro da manhã. Ela estava sentada no chão, em meio a anotações e fotos que já não via fazia algum tempo. Seu copo vazio estava largado no chão, enquanto seu corpo permanecia esparramado no carpete. Estava tão vazia, que podia sentir o ar brincar dentro de seu peito. Haviam meses que não se sentia assim, mas de alguma forma, aquela melancolia havia vindo junto com a chuva. As gotículas escorriam no vidro da janela, mas a enxurrada acontecia no seu coração. Depois de muito tempo, ela não se sentiu capaz de cuidar de si própria. Queria colo, queria carinho, queria amor. Queria se sentir importante de verdade pra alguém, se sentir importante para si própria. Queria alguém que ligasse e perguntasse "ei, você já comeu" ou "levanta daí e vai tomar um banho", mas faziam muitos dias que seu telefone sequer tocava. Cansou de cuidar dos outros e esquecer de si, cansou de verdade de ter que ser forte o tempo todo e só queria chorar e chorar, como uma criança. O sol nasceu, impondo seu brilho, forçando-a a se recompor. A luz doeu em seus olhos marcados por círculos roxos. Insonia havia virado a sua mais aconchegante companhia. Levantou-se e vestiu a fantasia de inquebrável. Começaria mais um dia.

- Faltava Algo


Naquele dia, por algum motivo que desconhecia, o sol havia nascido mais escuro. E por mais que seu sorriso estivesse no rosto, seus olhos estavam tristes. E sua alma estava sedenta por sentir qualquer coisa que não fosse nada. Ansiava por uma instabilidade, por menor que fosse. Queria amor, queria amor e mais amor. Queria sentir alguma coisa que a fizesse perder os sentidos. Mas dentro de seu peito só batia aquele coração vazio, empoeirado pelo tempo, gritando e ouvindo o eco de seus lamentos de solidão. As músicas embalaram seus momentos solenes em sua própria companhia, e aquela ausência de tudo, a fazia esmorecer devagar. Seu brilho estava se perdendo, as coisas estavam ficando escuras e enfim, o fundo lhe pareceu muito assustador. Escuro, gelado, frio, solitário. E até os mais próximos já não conseguiam lhe compreender. Os mais próximos já não eram tão próximos. Seus olhos transformaram o estado físico de suas dores e as tornaram lágrimas. Salgadas, ácidas e sinceras. E o mais esquisito de tudo, era que ela nem sequer sabia de onde vinha aquilo dentro de si, mas sabia que começara a doer fazia um tempo e que desta vez, já não era capaz de ignorar. Faltava algo.

- Não Deixe


Não deixe que os seus sorrisos se apaguem só por que todo o resto resolveu escurecer, não deixe que os seus sonhos se esvaiam por que alguém os desmereceu e não deixe que alguém te tome aquilo o que sempre te pertenceu. Por mais que não haja de onde tirar, tenha coragem e fé. Acredite que sempre pode melhorar, mas conte com que também pode ficar pior. Viva de qualquer maneira, mas sempre do melhor jeito que essas maneiras venham a completar. Acredite que se a estrada é longa, o caminho pode te reservar surpresas; que se a montanha for alta, a vista deve ser perfeita; e que se agora dói, amanhã pode parar de doer. Primeiro a chuva, depois o arco-íris. Acostume-se, a ordem é essa. [Kimberlly Cavalcante]