terça-feira, 8 de setembro de 2015

- Infindável Fim

É quando a gente menos espera mesmo. Não era mentira, não era lenda urbana, não era conversa para boi dormir. Chegou e chegou com tudo, feito um jato, uma bomba para implodir minhas construções. Arrebentou cada conexão de lógica e equilíbrio que me permiti trançar uma a uma. Quando eu percebi, já estava num emaranhado de muito sentir e contar. Os dias, as horas, os minutos, os segundos. Em ordem decrescente, em ordem crescente, sem ordem. Uma armadilha em que eu caí e me acomodei de tão sutil e doce que foi.
De repente, você percebe que pode viver anos em poucos dias e que duas horas podem se transformar em semanas. Aprende sobre a relatividade do tempo que assusta e que com ela, o medo, a angústia, a euforia, a alegria, vão de um extremo ao outro em pouquíssimo tempo sem nem perguntar se você está preparado. E você, que despretensiosamente estava a cada dia mais progredindo no equilíbrio na yoga da vida, passa a ser o mesmo iniciante que mal consegue ficar sobre um pé só.
Seu coração dispara e desespera numa calma que só quem sentiu sabe explicar. Sente coisas que se prometeu nunca mais sentir, se permite coisas que prometeu não se permitir e pensa. Pensa demais, demais, demais, porque se tem uma coisa que a nossa mente não faz é perdoar.

"E se?".
Conversas longas. Cervejas. Pele.
“E se?”.
Eco. Canção. Sorrisos.
“E se?”.
Prosa. Perfume. Sentidos.
“E se?”.
Distância. Inconstância. Medo.
“E se?”.
Querer. Tempo. Intuição.

Desconhecimento. Infindável fim. Fim de começo. Que nome você daria para algo que você não sabe nem como sentir? Algo que fazem as palavras fugirem? Se você souber, vou aguardar um contato seu. Talvez eu ainda consiga retomar as lógicas que me fugiram.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Onde Será Que Eu Fui Parar?


Oi, tudo bem? Tô por aqui esperando você dar um telefonema, mandar um torpedo, me procurar por aí porque sabe que eu estou no silêncio de todos os lugares esperando notícias suas. Sinceramente, eu quero saber que você está feliz, tranquilo, beijando e olhando nos fundos dos olhos de alguém. Porque se você estiver como eu, convivendo com essa saudade que eu sinto de você todos os dias, sei que não é bom. Não desejo uma saudade dessas para ninguém.

Eu quero mais é te ver nas pistas da vida, correndo por aí, conhecendo gente nova, vivendo a vida do jeito que achar que deve viver, porque vai que assim, uma hora dessas você me perceba. Perceba que não importa o quão bom seja o lugar que você estiver, a minha falta vai fazer eco e você vai decidir voltar para o meu abraço.

Enquanto isso, escrevi nossas memórias num caderno, colei as nossas fotos e bilhetes, e de vez em quando vou checar a minha arte. A foto desbotou, os bilhetes estão borrados, as folhas do caderno amarelaram, mas você está em perfeito estado aqui dentro de mim.

Assim, vou vivendo a vida com o sorriso frouxo de quem tem amor dentro de si. Deixei o cabelo crescer, apendi a tomar cerveja, li dezenas de livros e vi tantos filmes que perdi as contas, andarilhei por aí e conheci muitos lugares, pessoas, experimentei sabores de comidas, de beijos, de sentimentos e vi incontáveis vezes o sol se pôr. Porém, cá estou, mais umas vez arrumando as malas pra ver se te faço cair no esquecimento ou pelo menos esfriar nos meus pensamentos.

Sou grata, pois naquelas noites em que eu não consigo dormir, me vem os seus olhos para me ninar como uma canção sem voz alguma. Um lembrança tão nítida que parece verdade. Já disquei teu número e desisti de ligar tantas vezes que até perdi as contas... É como se dentro de mim, nesse coração aturdido e inconstante, o tempo nunca tivesse passado.

Onde será que eu fui parar aí dentro de você? 

Se eu estiver em algum lugar, por favor, me deixe saber. Tô por aqui esperando você dar um telefonema, mandar um torpedo, me procurar por aí. Dizem que saudade é quando a nossa alma diz pra onde a gente quer voltar. E eu sei exatamente pra onde a minha quer ir.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

- Vivendo de Saudade


É engraçado como, apesar de sermos pessoas diferentes, vivendo vidas e momentos diferentes, nós incrivelmente ainda esbarramos em tanta gente que passa pelas mesmas coisas que a gente por aí.

Hoje vou falar sobre saudade e acredito que você vá se identificar, já que isso não é algo que caiba a mim, ou a você, e sim a todos nós. Cada um de nós carrega uma – ou várias – saudades. A verdade é que a nossa vida anda para frente, e para que isso aconteça, algumas coisas, pessoas, comodidades, precisam ser deixadas para trás (precisam mesmo?).

Falo de saudade com a mesma propriedade que um químico fala de átomos, porque vivo isso todo santo dia. Lembrar daquele amigo que você não fala há tanto tempo, daquele seu bichinho de estimação que era tão querido, da comida que a fulana que trabalhou na sua casa certa vez fazia, do amor que tinha tudo para ser mais não foi... A saudade é o amor que permanece depois que algo ou alguém deixa de estar presente.

Saudade é ausência. E quando se fala de ausência, ela não precisa ser somente física. Vai me dizer que você nunca sofreu por saudade de alguém que você via todo santo dia? Saudade é algo que está presente dentro do nosso mundo pessoal, ou seja, independe de como o outro se sinta.

Ultimamente tenho pensado bastante sobre saudade e em todos os laços que poderiam ter se fortalecido, não fosse a distância, ou a minha própria intransigência quanto ao cuidar de algumas relações. Laços que ainda eram frágeis demais para aguentar um rompimento severo.

Junto com estes, ainda me ocorrem mais uma série de pensamentos. “Como seria se eu tivesse ficado?” ou “Será que eu estaria feliz agora se as coisas tivessem sido diferentes?”. A vida é essa coisa de nunca saber o que poderia ter acontecido, mas ainda assim, entender que cada perda faz parte de um constante crescimento pessoal e amadurecimento de quem somos além de saber que todo dia é dia pra recomeçarmos. A saudade tem aquela incrível capacidade de te fazer crescer ou estagnar de vez no trilho da experiências futuras. 

Por isso eu te digo, que na minha humilde opinião, sejamos flor. Floresçamos independente das circunstâncias. Se falar com aquele amigo já não for mais a mesma coisa de antes, ora, aprenda um jeito diferente. Ligue quando tiver vontade. Se aquele amor não sai da sua cabeça, trace novos caminhos. A comida acabou e você não consegue parar de pensar nela, então aprenda um novo prato. Compre uma passagem. Perdoe o que não deu certo. Mande uma mensagem no Facebook.

Só não deixe a vida passar por você enquanto você deixa que a saudade ocupe um espaço maior do que deveria. Viva somente com a saudade extremamente necessária. 

E o resto? O resto você trata logo de guardar ir matar.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

- O Amor...

           Amor é bom e invade a gente. Preenche cada pedacinho, cada célula do nosso corpo. Faz a gente acordar sorrindo e dormir com a mesma cara com a qual acordou. Amor soma com a gente de todas as formas. E é bom. É bonito. É divino.

A dádiva de duas pessoas que se encontram, mas se encontram de um jeito, que juntam as caretas, as piadas, as conversas, os pensamentos e quando vê, juntam a vida toda. Amor transborda a gente. Dá vontade de continuar, melhorar e crescer só para poder ser sempre o motivo do sorriso de alguém.

Amor não passa com o tempo, e tem paciência de esperar as tempestades, as turbulências, os desencontros, as desavenças. Amor é perdão, por todos os dias que acabamos vacilando aqui ou ali. Amor é achar dentro de si força de vontade para virar a própria vida de cabeça para baixo, de bagunçar tudo mesmo, só para arrumar tudo de novo e encaixar alguém porque sabe que fica melhor assim.

Amor é transformação. O tempo todo.

Amor é o telefonema no fim da noite de um dia cansativo, é admirar a cabeleira descabelada, é se encantar com as ruguinhas que fazem no canto do olho na hora de um sorriso, é gostar do jeito que a voz sai na hora de uma gargalhada esganiçada, é admirar o silêncio dos olhos de alguém.

Amor não é só desejo, não é só paixão. Amor é saber que o certo é estar ali. Que você foi moldado estranhamente e deveria estar encaixado exatamente ali. Nos braços do seu alguém. Que a falta não é do sexo, mas do cheiro dos cabelos ou o abracinho confortável depois de se perder em alguém.

Amor é estabelecer pontes onde há discordância, é ser transparente, é ponderar sempre antes de agir. Amor não é esperar que alguém venha sob encomenda bater na sua porta, e sim ter vontade de se tornar todo dia a encomenda especial de alguém.

Amor é esperar. É amar a si mesmo para amar o outro mais. É saber o espaço de cada coisa e não se chatear se ele preferiu sair para beber com os amigos, ou ela preferiu ir ver filme com as amigas, porque você simplesmente sabe que, não importa onde esteja, com quem esteja, como esteja... É seu.

Amor é fazer planos e perseverar para fazer com que todos eles se tornem realidade.

Amor é, antes de qualquer coisa, acreditar.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

- Ah, Morena!

Se depender dessa tua doçura, eu quero morrer de diabetes. Desde o dia em que eu te vi, tolo desastrado tropecei na tua pele morena, as batidas do meu coração estão sendo dedicadas a ti. A conta dos meus dias se perdeu no instante em que vi a poesia doce do teu sorriso, tomando de conta de cada uma das minhas horas amargas. Ah, e a paz que tu me traz, morena? É engraçado esse teu poder de parar todas as minhas sinapses, interrompendo qualquer frisson de agonia.

A única agonia que me dá é quando experimento a doçura dos teus lábios cor de vinho tinto, que faz resplandecer teu riso cristalino. Dá formigamento, sabe? Dá dormência. Preenche cada espaço da minha boca, do meu peito inteiro. Morena, ah se tu soubesses... Desde quando chegaste, minha correria se transformou em valsa e cada milésimo de segundo tem sido a música da tua voz dando alegres voltas pelos meus pensamentos.

Deixa eu adentrar mais fundo teu mundo multicores, apreciar a arte da tua vida sabor de kiwi. Conta como é não ter medo de caminhar pra viver e ver o que tiver. Deixa eu enxergar o tom do teu cabelo cor-de-canela-e-cheiro-de-maçã na hora em que tu acordares, com a luz do sol estampando a janela do quarto na tua pele. Cantarola aquela música do Güido que fica tão bonita na tua voz e embebeda meus ouvidos.

Morena, eu tenho pressa de me afogar na tua doçura, então me leva. Só aprendi a dançar a vida porque foi tu quem me conduziste.

segunda-feira, 23 de março de 2015

- Ela Amava, Ela Odiava


Ela dirigia por aí enquanto sentia o vento bater no rosto nu. Fechava os olhos. Pensava nele. Abruptamente recriminava a sensação. Mas ele tinha aquela coisa que nem ela sabia direito o que era. Só sabia que queria desesperadamente se jogar naqueles olhos. Os mesmos olhos que passavam pela mente dela várias vezes durante o dia. Ela amava sentir aquilo. Ela odiava sentir aquilo. Ela não queria sentir. Não podia sentir.
O trânsito começava a engarrafar e a luz vermelha do carro da frente irritava os olhos dela. E a boca vermelha dele incitava o coração. Ela vivia tamanha agonia. Sem ar, recitava para si mesma: "Eu quero sem querer te querer". A mente dela reverberava o som da voz dele. Ela queria tanto, com todas as forças superar aquilo. Mas não estava dando certo. Ela amava querer ele. E odiava o dobro.
O carro andava a míseros 14 km/h e ela pensava no quanto queria confessar a ele tudo aquilo o que andava sentindo. Ela fechava os olhos. Não queria estragar tudo. Só queria ele por perto, seja como fosse. Mas ele tinha aquela coisa que nem ela sabia direito o que era. Só sabia que queria desesperadamente beijar aquela boca. Suspirava.
Ela sabia que ele era precioso mesmo que nem ele mesmo soubesse isso. Mas era aquela coisa, a gente aceita o amor que acha que merece e ele achava que não merecia sequer receber amor. Solavanco abrupto do carro da frente e um susto que interrompeu seus pensamentos.
Alivio. Esses pensamentos levavam a uma neura sem fim. Aumentou o som. Celular vibrou. Era ele. Ela sorriu. Amou sorrir. E odiou fervorosamente logo em seguida.

Malditos sejam os sentimentos não correspondidos.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

- Hoje Era Pra Ser O Nosso Dia


Hoje era pra ser o nosso dia. Aquele dia que tanto esperávamos todos os anos, para comemorar o nosso amor. E de presente neste dia, ganhei nossas ruínas. Olho pro que sobrou de nós com o mesmo carinho o qual olhava pro seu sorriso de moleque sapeca todas vezes que contava uma piada. Respiro fundo. Somos um capítulo bonito com um trágico final no passado das nossas vidas, o qual eu lamento todos os dias por ter acabado desse jeito tão dolorido. Como aquela ressaca literária depois de ler algo muito impactante pros olhos e pra mente. Lamento. Não o tipo de lamentação de quem sofre, mas o tipo de lamentação de quem sente saudade. A saudade boa, de algo que não deve ser revivido.
Hoje era pra ser o nosso dia. Mas não é. Hoje é só mais um vinte e dois de fevereiro, desses que tem chuva e que não aconteceu em ano bissexto. Desses que eu sequer saí de casa. Desses que eu ouvi música e me ocupei com as coisas da universidade. Desses que eu falei com o maior número de amigos possível. Desses dias que são muito comuns desde que você se foi.
Seja lá onde você estiver, como estiver, fecho os olhos e torço pela sua felicidade, e pelo mais sinceros dos seus sorrisos. Torço por alguém que te faça muito feliz. Torço pra que você não se transforme naquilo que afasta o amor de verdade. Torço, pois mais que um amor, você foi um amigo daqueles que me conhecia como a palma da mão. Hoje fazem alguns meses desde que você partiu. E já não sinto a sua falta como antes, e tem até mesmo aqueles dias que eu sequer lembro de você. Mas hoje não.
Hoje era pra ser o nosso dia e essa tua ausência até incomoda. E o medo de saber que tenho te esquecido e deixado essa enorme parte de mim ir embora assusta. O futuro bate na porta e tem pressa de chegar, amor. As coisas têm mudado rápido demais desde que você se lançou porta à fora pra nunca mais voltar.
E penso, repenso, trepenso... Respiro fundo. Lamento. No fim das contas, talvez hoje não fosse pra ser o nosso dia. Mas é.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

- Não Fica


Não, não fica me dizendo que quer meu bem, que me deseja toda a felicidade. Engole esse discurso furado e fala de toda essa malícia que você guarda nos olhos todas as vezes que me vê. Não fica parado aí do outro lado com um desses teus risos frouxos estampado na cara. Atravessa esse corredor e deposita teus beijos quentes na minha boca, no meu pescoço, nos meus ombros e no meu corpo inteiro. Não brinca com esse copo enquanto me escuta falar, mas faz tudo isso que está passando pela tua cabeça enquanto você evita os meus olhos. Não me escuta. Me cala com pressa, com calor.

Arrepia minha nuca. Enlaça teus dedos nos meus cabelos. Mas, por favor, não fica movendo esses lábios de maneira tão graciosa como se não soubesse o que fazes comigo. Para de me interpretar com todo esse sentimentalismo barato, de poetizar as minhas atitudes, de romantizar a carne como se eu fosse um livro que você já sabe o final. O que eu quero mesmo é pele, meu bem, a tua pele na minha. Não fica me observando com paciência. Me faz fechar os olhos enquanto falas ao pé do meu ouvido todas aquelas coisas que ninguém deve saber. Não mede as palavras, não pensa nas palavras, só diz.

Arranca a minha roupa com a urgência de quem não sabe quanto tempo vai durar a vida. E o resto, amor, o resto deixa pra depois. Não se priva de tudo isso que consome o silêncio entre nós como fogo. Explosão. Vem aqui, olha o que tem por trás dessa boca pintada de vermelho, desses olhos delineados e desse perfume doce. Nem tudo se trata de amor, meu bem. Às vezes é só desejo daquilo que não se tem.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

- Amor Pela Metade


Meu benzinho,

Venho por meio desta carta encarecidamente lhe pedir: nunca aceite um amor pela metade.
Às duras penas aprendi que quem não está pronto para se jogar de cabeça num relacionamento, quem não está pronto para entregar seu coração, ou simplesmente se permitir sentir, jamais será capaz de oferecer um amor que satisfaça o coração.
O máximo que você irá receber é um “quase amor”, aquele amor que poderia ter sido, mas não foi, ou talvez até esbarre naquele “meio amor”, que é o amor que quando está acontecendo, de repente retrocede de maneira brusca demais para fazer algum sentido.
E sobre ambos eu posso lhe dizer: machuca. Machuca se perceber esperando por algo que você sabe que não vai acontecer, mas não consegue arrancar de dentro de você o matagal de esperanças que permitiu crescer. Machuca correr pra rua esperando tomar banho de chuva e acabar tendo que se contentar com umas pequenas gotas escassas que escorrem da calha.
Espero também que você, no meio dessa história toda, não seja aquele que não consegue oferecer amor, mas se for, eu te digo: se doe sem pensar. Independentemente dos traumas, do passado, do medo, do orgulho, da dor, tenha em mente que um amor sempre há de ser diferente do outro e você pode estar deixando a oportunidade de ser feliz passar diante de seus olhos. E no pior dos casos, lembre-se que amor também pode ser aprendizado. É a chance de nos aperfeiçoarmos, sermos melhores, crescermos. Só não vai dar certo, se não for pra ser.
         Então, querida, veja bem o que lhe peço. Espere por um amor que lhe olhe nos olhos com a ternura de quem não vê o tempo passar, que não se prive de dar gargalhadas daquilo que não tem graça alguma, que segure a sua mão como se não quisesse mais soltar, que explore seu corpo como se ali se escondesse o maior tesouro, que abrace e beije e ame, sem deixar nada interferir nisso. Amor que é amor em tempo integral é capaz de transformar a gente.

Carinhosamente,

Alguém que lhe deseja bem.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

- Prece de Final de Ano


O fim de ano tem aquela coisa bonita de renovação. A esperança de que um ciclo está sendo fechado e aquela crença de que, assim que o sino bater as 12 badaladas da meia-noite do dia 31, tudo será diferente.
Refazemos os planos, traçamos novos objetivos, colocamos toda a nossa energia em querer fazer melhor no ano que vai chegar e damos a largada para os 365 dias que teremos para fazer com que aconteça. Pra fazermos a nossa vida acontecer.
O problema é que em 365 dias, a vida sofre reviravoltas tão grandes e sai tanto do trilho das nossas expectativas, que nos faz questionar o porquê de termos feito tantos planos e lamentarmos por tudo o que deu errado. Apesar disso, ironicamente, sabemos que faremos milhares de planos novamente.
E o que faz o ser humano viver neste cansativo ciclo? Bom, caro leitor, presumo que seja a fé. A fé em quem nós somos e no que somos capazes de realizar, aquilo o que nos move mesmo que tudo saia do rumo. Aquilo que nos faz encontrar outro caminho quando achamos que o resto está perdido, aquilo que nos faz recriar e reformular os objetivos.
Fé: o que nos faz renascer.
Desde que descobri esta pequena dádiva, posso dizer-lhes que deixei de ter medo. Fecho os olhos e imagino todas as possibilidades que sou capaz e me permito viver cada uma delas. Aceito cada possibilidade, mesmo a possibilidade de não acontecer e vou vivendo desse jeito leve. Acreditando que no fim das contas, a vida só pega a estrada que ela tinha que pegar.
Portanto, neste fim de ano, proponho que nossos planos, metas e objetivos, sirvam como guia e não como condenação. Que possamos nos dar o mundo de possibilidades o qual incapacitamos a nós mesmos de ver, que fechemos os olhos e agradeçamos pelo que deu certo e o que deu errado, que abracemos aqueles que amamos enquanto ainda os temos, que perdoemos de coração, que possamos nos dar a chance de amar e sermos amados como merecemos.
Desejo que não nos detenhamos, que possamos viver tudo aquilo que 2015 nos tem guardado e crescer a cada dia. E, por fim, que possamos ter fé para refazer, reconstruir, reacreditar, reamar e renascer sempre.
Que este natal nos traga os sentimentos bons que às vezes esquecemos e o novo ano nos traga forças pra nunca deixarmos de sonhar, e sonhar alto! 
Boas festas à todos!