terça-feira, 31 de janeiro de 2012

- Abandono


Quer que eu te diga o que mais dói? O abandono. Essa coisa de você ir embora e como despedida deixar estas palavras frias, esse abraço mecânico, são doloridas demais. E por mais que eu me esforce para lembrar de todas as coisas horríveis que você me falou, eu só consigo lembrar da sensação do seu abraço. Só consigo lembrar das nossas manhãs, tardes, noites, onde nós sorríamos e andávamos de mãos dadas pelas ruas, entre os carros, passando pelos obstáculos. Só consigo lembrar do abraço, das brincadeiras, e dessa saudade enorme de tudo isso que ainda está vivo dentro de mim. As lembranças fodem tudo. Por mais absurdo que o meu esforço seja, eu ainda vou me lembrar só das coisas boas que eu tinha por ter você comigo. E agora está tudo tão apático. As paredes parecem sem vida, e eu do mesmo estado, vou me misturando com elas. Querendo um alento, querendo encaixar em outro colo que não seja o seu. Sozinha no meu quarto, enrolada em uma bolinha de lágrimas e lençol, me pego cogitando as possibilidades de como poderia ser caso nós ainda estivéssemos juntos, caso você ainda estivesse aqui. Mais do que nunca, me sinto um passarinho com as asas quebradas. E sabe, eu só queria voar... Mas confesso, desaprendi sem você.
EU AINDA LEMBRO DO DIA EM QUE CONHECI VOCÊ.


*-*

- Morfina


As mãos estavam trêmulas segurando o celular. A escuridão e o chão gelado de seu banheiro, sua proteção. Seu choro inconsolável, incessante. E ela estava ali, tão frágil quanto nunca esteve. Desta vez, não havia um motivo aparente. Era só dor, em cada pequena parte escondida de seu corpo doente e pálido. Tremia no chão de mármore, coração sacolejando junto. Não era frio. Era só dor, em cada pequena parte do seu corpo esguio. Os olhos ardiam, vermelhos com a fúria das lágrimas. Digitou o número da única voz que poderia fazer aquilo passar.

-Alô? - Sua voz saiu embargada, rouca e trêmula. Do outro lado um grande nada. Sem barulhos, sem rangidos de porta, nem sequer um grilo para cantarolar. Ele respirou fundo antes de respondê-la.

- Quem fez isso com você? - Ele respondeu. Com a doce voz de preocupação de quem acordara no meio da madrugada para o inútil fim de consolar uma dor sem motivos.

- Ninguém. - Ela respondeu, monossilábica. - Me desculpa, não queria te acordar. Mas não consegui pensar em mais ninguém pra fazer isso passar...

- Sabia que estas estrelas no céu hoje me disseram que o seu brilho é tão incrível que é capaz de cegar quem olha lá de cima? - Ela sorriu. - Acho que ainda assim eu não vou aguentar não te observar. Do que vai adiantar essa visão de merda se eu não puder cuidar da minha pequena? - Desta vez, gargalhadas. Ele tinha o dom.

Vagarosamente, entre todas as palavras aleatórias que ele ia dizendo, seu choro cessava. Apesar de tudo, não queria sair do seu cantinho. Ele cantou para ela até ter certeza de que dormira. Quase um anjo. Chegava a ser engraçado o impacto que ela causava nela. Como morfina, quando fechara os olhos, ela já não sentia mais nada. Apenas paz.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012



- Desce mais uma.
- Uma o que?
- Uma dose barata de você.
Silêncio. Silêncio.
- Pode pegar, tem três doses minhas na janela. Um doce, um CD e as suas flores. 
Ele sempre joga baixo, e, na verdade, aquele CD era meu.
- Seu CD? Claro.
- É meu apartir do momento que você fez pra mim.
Então ele cantou a minha música, que tinha o nome dele. 
- Eu estou predestinada a sentir sua falta?
- E eu estou predestinado a amar você?
- Você não me ama.
- Diz isso pro garoto que está parado agora na sua janela. 

(Desconhecido)

- Aparecimentos Casuais


Na hora em que você sabia que eu mais iria precisar de você, você simplesmente decidiu ir embora e manter essa distância insuportável entre nós. Foi como segurar nas mãos as suas próprias promessa e jogar no lixo como se nunca tivessem realmente existido, depois de eu entregar pra você todas as dores que os abandonos me causaram durante a minha curta estadia aqui neste planeta. Me decepcionei, acredite. Talvez você leve as coisas longe demais, seja resistente demais a pedidos de desculpas e bom, talvez eu nunca tenha feito muita diferença. Não duvido. Seu comportamento me deixa pensar o que eu bem entender. Bem, é que machuca essa sua indiferença. Mais ainda, esses seus casuais aparecimentos, do nada, como se você tivesse o direito de se preocupar e se importar só quando bem entender. Se for pra ir, só vai... Não volta pra lembrar de tudo o ousamos ser algum dia. Essas lembranças massacram qualquer possibilidade de sorrisos. Não se importe se for apenas pra parecer legal, não me abrace se não tiver vontade. Isso dói, você entende? DÓI. E sabe, eu já cansei de sentir dores. Se não for pra ajudar, não faça tudo piorar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

- Quantas Vezes?


Quantas vezes já te disseram que você não era capaz? Quantas vezes te pintaram de um monstro que você nunca ousou ser? Quantas vezes te disseram que você machucava as pessoas mesmo quando tinha o coração despedaçado? Quantas vezes já te fizeram sentir nada quando até mesmo um abraço seria tudo? Quantas vezes você precisou de um sorriso, mas, só encontrou solidão? Quantas vezes você se encontrou perdido na imensidão? Quantas vezes já te perguntaram o que você sente quando fecha os olhos e só enxerga você? Se é o suficiente, ou se você é tudo aquilo que tem vontade de ser? Quantas vezes te amedrontaram e jogaram toda a sua coragem pela janela? Quantas vezes? Tenho certeza que a mesma quantidade de vezes que você deixou isso acontecer. Todos nós, em algum momento, somos só corações que vagam em busca de algo que faça a procura acabar. Todos nós, não importa como, quando dormimos só queremos um motivo pra acordar. Não deixe que alguém te diga o que você é, só você pode definir tudo aquilo que ainda pode ser. Não deixe que te digam que não vale a pena acreditar, pois o sonho é seu, e só você sabe o quão importante pode ser realizar. 
KKKKKKKKKKKKKKKKKKK Bart s2

- Colo


Hoje eu quero um colo. Um colo onde eu possa deitar a cabeça e esquecer do mundo, que eu possa receber um cafuné, umas palavras de consolo. Quero poder conversar sobre coisas aleatórias, como se por uns minutos, nada tivesse importância, como se o futuro não fosse chegar. Quero fechar os olhos e sentir aquela proteção, como se estivesse sendo guardada por um anjo. Estou cansada dessa solidão. Os dias se tornam cada vez mais longos e confesso que muitas vezes quero me entregar ao cansaço. Mas permaneço aqui, fazendo a capa de forte, dando risada sem motivo, fingindo não sentir essa tristeza que tem tomado conta de mim durante as madrugadas escuras e frias de inverno. Hoje eu estou querendo atenção, querendo ser notada, querendo um abraço sincero, querendo ouvir um "eu te amo" que pareça verdadeiro o suficiente pra me fazer acreditar. Estou frágil, falta afeto. Hoje eu quero um colo que eu não tenho, e são nessas horas que as lágrimas se tornam indomáveis. Chorar pra amanhecer de um jeito diferente, pra conseguir exibir o sorriso o qual aqueles quem eu amo necessitam. Cair pra levantar e travar mais uma batalha, não apenas contra mim mesma, mas contra o mundo.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012





Mesmo que todos tentem te derrubar, seja forte o suficiente para contrariá-los todos os dias. Permaneça de pé.

- Não Volta


Hoje eu acordei sentindo a sua falta. Tinha alguma coisa dentro de mim gritando por você, pelo seu sorriso, seu abraço, seu colo. Era uma infinita necessidade de você daquelas que vai sufocando o coração devagarinho, sabe como é? Me falaram que o nome disso era saudade, mas estava doendo. Estava doendo como se você nunca fosse voltar, como se todas aquelas lembranças estivessem embaçadas. "Como se" para não declarar a certeza que cada parte de mim explicitava. Você não volta, é assim que funciona. Eu posso não te conhecer por completo, mas sei muito sobre você. Nós somos quase como almas idênticas. E observando os prós e contras que estão rasurados neste caderno velho, posso lhe dizer, você não volta. Você ama quem está por perto, e sabe meu bem, não é assim que as coisas funcionam comigo. Eu preciso ir e voltar, ir e voltar, ir e voltar para assim permanecer. E quando eu vou, por mais longe que pareça, eu volto correndo pra segurar na hora em que você tropeçar pelo caminho. Não pude voltar pra você, aprendi a te amar de longe, e assim tenho feito todos os dias. Como um ritual para sobrevivência sem partes de mim. Garanto-lhe, nada satisfatório para a memória, mas muito eficiente para o coração. Larguei de mão o hábito de deixar as pessoas para trás já faz um tempo, deve ser por isso que insisto em pegar todos estes cacos do chão para tentar colar novamente. O problema é que um vaso colado nunca será um vaso novo. Não importa, vou te carregando aqui junto com os remendos e as cicatrizes. É assim que funciona a minha lealdade.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

- Bagunçou


Ela veio e bagunçou tudo. Bagunçou meu cabelo, minha roupa, meu quarto, minha cama, minha vida e o meu coração. As coisas iam bem, estáveis, até ela aparecer com aquele sorriso que me tirou o fôlego. Iluminou meu dia, mudou meu rumo. E essa trilha desconhecida, na qual meu louco coração me jogou, a cada dia vem me deixando mais perdido, mais envolvido, mais fissurado. Esse amor dentro de mim cresce, e somado com a saudade, me mata. Devagar. E só me vejo ficando mais preso neste caminho, querendo ir mais fundo, ir além. Querendo achar a menina que me tirou do ar com apenas um sorriso.

- 2012



O céu estava azul sobre as nossas cabeças, era o anúncio de um novo ano que estava começando. De alguma maneira a natureza me motivava a fazer novos planos, fortalecer meus objetivos e querer mais do que nunca, crescer como ser humano. Refleti muito a respeito do que se passou, e cheguei apenas a uma conclusão: passou. O que foi feito, não há como ser modificado, cabe a mim apenas sofrer as consequencias, sejam elas boas ou ruins. Cá estou eu, parada em minha varanda, observando o sorriso de recomeço no rosto daqueles que passam na rua que fica em frente a minha casa. Dentro de mim carrego tantas esperanças, tantos desejos, tantos sonhos. Sinto-me como uma caixa de felicidade. E por mais que eu saiba que ainda existem muitas pedras no meio do meu caminho, isso aqui dentro de mim me faz acreditar que de algum modo eu posso muito mais do que acredito que posso. Sorrio enfim, cansada de imaginar o que me espera. Talvez viver um dia de cada vez seja menos desgastante, mais saudável. Olhei para o sol, o brilho me cegava, fechei os olhos. Agradeci a Deus por me dar mais um ano, mais uma página em branco pra escrever, mais dias pra fazer valer a pena a minha passagem por aqui. Pedi para que guardasse as pessoas que são importantes para mim. "Amém", concluí. Que assim seja, que venha mais um ano, mais uma vida, mais mudanças, mais vitórias, mais saudade... Porque se nada disso existisse, qual seria a graça que a vida teria, não é mesmo? Espero que o ano de vocês seja bom, espero que possamos mudar pra melhor todos os dias e perseverar sempre, acreditar sempre. 2012, venha preparado para ser o meu ano.

- Regra


Seu abraço foi tudo o que eu precisava, e mesmo sem ouvir uma palavra sua, naquele abraço ou pude sentir a saudade que o silêncio não nos deixou dizer. Olhando dentro dos seus olhos eu entendi porque tenho que manter essa distância confortável entre nós. Meu coração perto de você fica vacilante. Não quero sentir de novo. Prefiro continuar aqui, no meu canto, fingindo que não dói te ter tão perto dos meus braços e tão longe do meu coração. É mais fácil, entende? Pra mim, pra você, pro nosso futuro. Você aí e eu aqui, esta é a regra da boa convivência. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

- Sorriu


De cabeça erguida e coração na mão, ela se despediu. Adeus mais uma vez, lágrimas mais uma vez. Aquela cena, aquelas sensações já se sentiam em casa quando se tratava dela. Mas ela permaneceu em pé, firme e forte, segurando-se nas esperanças de um futuro maravilhoso. Sorriu enfim, cansada de se entregar para a maldita tristeza. Seus pés cravados no chão não queriam se mover quando o "adeus" já havia sido dito. Chegou a conclusão que não importava se fossem dez metros ou dez mil quilômetros, não poder sentir aquele abraço iria matá-la. Sorriu, mas seus olhos marejado a traiam. Virou as costas e seguiu seu caminho, sem expectativas de voltar para o seu recanto feliz.