Meu
benzinho,
Venho
por meio desta carta encarecidamente lhe pedir: nunca aceite um amor pela
metade.
Às
duras penas aprendi que quem não está pronto para se jogar de cabeça num
relacionamento, quem não está pronto para entregar seu coração, ou simplesmente
se permitir sentir, jamais será capaz de oferecer um amor que satisfaça o
coração.
O
máximo que você irá receber é um “quase amor”, aquele amor que poderia ter
sido, mas não foi, ou talvez até esbarre naquele “meio amor”, que é o amor que
quando está acontecendo, de repente retrocede de maneira brusca demais para
fazer algum sentido.
E
sobre ambos eu posso lhe dizer: machuca. Machuca se perceber esperando por algo
que você sabe que não vai acontecer, mas não consegue arrancar de dentro de
você o matagal de esperanças que permitiu crescer. Machuca correr pra rua
esperando tomar banho de chuva e acabar tendo que se contentar com umas
pequenas gotas escassas que escorrem da calha.
Espero
também que você, no meio dessa história toda, não seja aquele que não consegue
oferecer amor, mas se for, eu te digo: se doe sem pensar. Independentemente dos
traumas, do passado, do medo, do orgulho, da dor, tenha em mente que um amor
sempre há de ser diferente do outro e você pode estar deixando a oportunidade
de ser feliz passar diante de seus olhos. E no pior dos casos, lembre-se que
amor também pode ser aprendizado. É a chance de nos aperfeiçoarmos, sermos
melhores, crescermos. Só não vai dar certo, se não for pra ser.
Então, querida, veja bem o que lhe
peço. Espere por um amor que lhe olhe nos olhos com a ternura de quem não vê o
tempo passar, que não se prive de dar gargalhadas daquilo que não tem graça
alguma, que segure a sua mão como se não quisesse mais soltar, que explore seu
corpo como se ali se escondesse o maior tesouro, que abrace e beije e ame, sem
deixar nada interferir nisso. Amor que é amor em tempo integral é capaz de
transformar a gente.
Carinhosamente,
Alguém
que lhe deseja bem.