quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

- Prece de Final de Ano


O fim de ano tem aquela coisa bonita de renovação. A esperança de que um ciclo está sendo fechado e aquela crença de que, assim que o sino bater as 12 badaladas da meia-noite do dia 31, tudo será diferente.
Refazemos os planos, traçamos novos objetivos, colocamos toda a nossa energia em querer fazer melhor no ano que vai chegar e damos a largada para os 365 dias que teremos para fazer com que aconteça. Pra fazermos a nossa vida acontecer.
O problema é que em 365 dias, a vida sofre reviravoltas tão grandes e sai tanto do trilho das nossas expectativas, que nos faz questionar o porquê de termos feito tantos planos e lamentarmos por tudo o que deu errado. Apesar disso, ironicamente, sabemos que faremos milhares de planos novamente.
E o que faz o ser humano viver neste cansativo ciclo? Bom, caro leitor, presumo que seja a fé. A fé em quem nós somos e no que somos capazes de realizar, aquilo o que nos move mesmo que tudo saia do rumo. Aquilo que nos faz encontrar outro caminho quando achamos que o resto está perdido, aquilo que nos faz recriar e reformular os objetivos.
Fé: o que nos faz renascer.
Desde que descobri esta pequena dádiva, posso dizer-lhes que deixei de ter medo. Fecho os olhos e imagino todas as possibilidades que sou capaz e me permito viver cada uma delas. Aceito cada possibilidade, mesmo a possibilidade de não acontecer e vou vivendo desse jeito leve. Acreditando que no fim das contas, a vida só pega a estrada que ela tinha que pegar.
Portanto, neste fim de ano, proponho que nossos planos, metas e objetivos, sirvam como guia e não como condenação. Que possamos nos dar o mundo de possibilidades o qual incapacitamos a nós mesmos de ver, que fechemos os olhos e agradeçamos pelo que deu certo e o que deu errado, que abracemos aqueles que amamos enquanto ainda os temos, que perdoemos de coração, que possamos nos dar a chance de amar e sermos amados como merecemos.
Desejo que não nos detenhamos, que possamos viver tudo aquilo que 2015 nos tem guardado e crescer a cada dia. E, por fim, que possamos ter fé para refazer, reconstruir, reacreditar, reamar e renascer sempre.
Que este natal nos traga os sentimentos bons que às vezes esquecemos e o novo ano nos traga forças pra nunca deixarmos de sonhar, e sonhar alto! 
Boas festas à todos!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

- Metade da Laranja?

De acordo com o que dizem por aí, a gente sempre tende a encontrar nossa metade da laranja. Eu, particularmente, não concordo. Não concordo, pois acho triste que alguém se contente em ser metade, uma parte, um pedaço. Acho deplorável a própria plenitude depender de outra pessoa, em um momento em que as pessoas não estão interessadas em ter tamanha responsabilidade por alguém.
Pra mim, que humildemente vos escrevo, as pessoas deveriam ser laranja inteira. Buscarem ser felizes, completas e donas de si. Não de maneira egoísta, entenda bem, mas de maneira que sua felicidade não caiba dentro do tempo e da disponibilidade do outro. De maneira que a sua felicidade dependa somente de abrir os olhos pela manhã e não negar um sorriso ao dia que só depende de você pra ser bom.
Quando a gente se basta no nosso próprio silêncio, aproveita nossa própria companhia, ri de si mesmo e, principalmente, se ama, a vida fica mais leve e mais fácil. E é neste momento que você percebe que é uma laranja inteira. Que só com você dá para fazer um suco do mais doce. Que só com você dá pra ser feliz. Que na sua própria companhia você tem dias incríveis.
Neste ponto, conhecer alguém que te traga mais felicidade ainda, é lucro. É aquele momento em que você já é completo e tudo o que chega de bom é para somar. Mais felicidade, mais amor, mais diversão. E o melhor é saber que se em algum momento esta pessoa resolver ir embora, você pode até demorar a se acostumar, mas este alguém jamais será capaz de levar a metade de você.
Num relacionamento entre duas laranjas plenas, não há espaço para a insegurança, a dependência, o ciúme, as neuras, o descaso, e todas essas coisas bobas que fazem as belas coisas da vida chegarem ao fim, pois existe a certeza de que estas pessoas se uniram pela simplicidade do prazer da companhia do outro e pelo mais sincero amor.
Portanto, encerro este texto com o célebre trecho de William Shakespeare: “Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores”. Permita que as pessoas vejam a beleza que existe dentro de você e que nunca dependeu de alguém para existir. Amor próprio é a melhor lição que podemos aprender.