segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

- Metade da Laranja?

De acordo com o que dizem por aí, a gente sempre tende a encontrar nossa metade da laranja. Eu, particularmente, não concordo. Não concordo, pois acho triste que alguém se contente em ser metade, uma parte, um pedaço. Acho deplorável a própria plenitude depender de outra pessoa, em um momento em que as pessoas não estão interessadas em ter tamanha responsabilidade por alguém.
Pra mim, que humildemente vos escrevo, as pessoas deveriam ser laranja inteira. Buscarem ser felizes, completas e donas de si. Não de maneira egoísta, entenda bem, mas de maneira que sua felicidade não caiba dentro do tempo e da disponibilidade do outro. De maneira que a sua felicidade dependa somente de abrir os olhos pela manhã e não negar um sorriso ao dia que só depende de você pra ser bom.
Quando a gente se basta no nosso próprio silêncio, aproveita nossa própria companhia, ri de si mesmo e, principalmente, se ama, a vida fica mais leve e mais fácil. E é neste momento que você percebe que é uma laranja inteira. Que só com você dá para fazer um suco do mais doce. Que só com você dá pra ser feliz. Que na sua própria companhia você tem dias incríveis.
Neste ponto, conhecer alguém que te traga mais felicidade ainda, é lucro. É aquele momento em que você já é completo e tudo o que chega de bom é para somar. Mais felicidade, mais amor, mais diversão. E o melhor é saber que se em algum momento esta pessoa resolver ir embora, você pode até demorar a se acostumar, mas este alguém jamais será capaz de levar a metade de você.
Num relacionamento entre duas laranjas plenas, não há espaço para a insegurança, a dependência, o ciúme, as neuras, o descaso, e todas essas coisas bobas que fazem as belas coisas da vida chegarem ao fim, pois existe a certeza de que estas pessoas se uniram pela simplicidade do prazer da companhia do outro e pelo mais sincero amor.
Portanto, encerro este texto com o célebre trecho de William Shakespeare: “Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores”. Permita que as pessoas vejam a beleza que existe dentro de você e que nunca dependeu de alguém para existir. Amor próprio é a melhor lição que podemos aprender.