sábado, 24 de novembro de 2012

- Escolhi Ser Feliz


Eu escolhi ser feliz. Escolhi viver um dia de cada vez, porque assim é mais fácil, mais saudável. Escolhi aproveitar as pessoas o máximo possível enquanto elas estão do meu lado, porque sei que uma hora elas terão que partir. É tudo tão simples, mas a gente teima em sempre complicar tudo. Teima em insistir naquilo que já foi, teima em morrer de véspera pelo que nem aconteceu. Eu escolhi ser feliz, mas ser feliz de verdade. Nada de forçar sorrisos pra me fingir de forte ou dar atenção pras coisas que podem me deixar tristes. Problemas todo mundo tem, mas o diferencial está entre os que se destroem por eles e os que permanecem firmes e usam dele pra crescer. Gosto mesmo é de gente de verdade. Dessas que sorri, abraça, conversa. Dessas que fazem esse tal "calor humano" existir. Gosto mesmo é de ser feliz, cada segundinho da minha vida - que é tão curta. Por isso hoje eu acordei com um sorriso na cara e o peito forte pra enfrentar o que vier. Afinal, a vida é curta demais pra se desperdiçar chorando e sofrendo por aí, não é mesmo?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

- E Se O Amor Já Chegou?


Eles tinham aquela mania de não admitir a falta um do outro. Era um orgulho pesado, desses que machuca tudo por dentro, mas por fora fica só a aparência de que nada aconteceu. E ficavam assim por dias, semanas, às vezes, até meses sem se falar. Até que não suportavam e ligavam um para o outro, com aquele tom informal de "Oi, tudo bem?" e com o peito gritando "Meu Deus, como eu senti a sua falta!". Ouviam a voz um do outro e passavam o resto do dia sorrindo, às vezes, semanas. Combinavam um jantarzinho de amigos e terminavam de mãos entrelaçadas, meio trôpegos pelo vinho, caminhando no meio da rua e fazendo confissões que nenhum dos dois lembraria depois. Sofriam de amor não admitido. E depois voltavam pra casa com um "Obrigada pela noite!" e reiniciava-se o ciclo de orgulho. Um sem querer admitir que precisava do outro pra ser feliz, pra estar completo. Os dias ficavam sem graça, e quando chovia, o telefone nas mãos com o número discado não conseguia apertar para chamar. Para chamar pra mais perto, por mais tempo. Ela tinha medo de que ele fosse embora como os outros, apesar de saber que não. E ele? Bom, ele nunca fora de acreditar muito em sentimentos dessa intensidade, apesar de saber que não havia nada além de amor dentro de si. Conheceram-se numa livraria, na ala dos livros de auto-ajuda. Ela querendo ser mais poderosa (depois do fim de um relacionamento), ele querendo ser menos tímido (atrás do início de um). Não se notaram. Apenas viram-se quando ambos pegaram o mesmo livro, algo como "E se o amor não chegar?". Entreolharam-se e riram, decidiram tomar um café e trocar telefones. Desde então só têm trocado. Beijos, abraços, palavras, confissões. As conversas duravam horas, e a conta do celular no fim do mês era motivo de uma gargalhada dolorosa. Pensaram um no outro por dias, semanas, meses. E se o amor já chegou? Perguntavam-se, mas sempre sem disponibilidade para pensar mais que dois segundos no assunto. Ficaram nesse romance mal resolvido, naquela tão clichê "amizade colorida" de que todos sempre falam. Nunca colocaram nada em pratos limpos. Vezes infelizes, vezes felizes, era assim que viviam. Nunca saciados por completo, pela maldição do orgulho. O orgulho que mais prejudica que ajuda, como citei no começo. Esta noite vão deitar a cabeça no travesseiro, pensando um no outro. E ficarão assim por dias, semanas, às vezes até meses. E enfim virá o próximo "Oi, tudo bem?" e o ciclo recomeçará. Mas, acredite, não há um que não diga que é amor. Porque os sintomas são claros e explícitos. Apesar de meio do avesso, meio do contrário. Só pode ser amor.

domingo, 11 de novembro de 2012

- Quando A Gente Se Bastava


Não tem como negar. A gente anda procurando alguns bons motivos pra olhar pro lado mais vezes – e se esquecer de quem acompanha a gente. O som sai mais alto da garganta e a voracidade com que as palavras saem já dita uma desordem. A gente não tenta mais remediar a coisa toda. A gente já não sabe mais por quem se apaixonou. Eu já não tenho mais vontade de lutar por isso e você não admite que sente a mesma preguiça ao levantar do sofá pra se arrumar. A gente vive nessa monomania de dar um beijo por etiqueta. De dar as mãos por costume. De apagar as luzes do abajur pra dormir. O nosso “boa noite” ficou tão seco que parece mecanizado. Arrancaram o que a gente ainda tinha de afeto. Amor era quando a gente se bastava – e só nós dois. Quando a gente não desviava aquele olhar abobalhado de alguma coisa cotidiana que o outro fazia. Quando a gente brincava de se empurrar no balanço pra ver quem voava mais alto. Agora a gente tem o que é nosso e não basta. Eu trabalho horas extras pra não ter que chegar em casa e sentir esse vazio estranho todos os dias. Você exagera na bebida, na comida, nos remédios pra dormir. De repente bateu aquela insatisfação – aquela constatação de que as coisas não tavam mais bem. E daí você parou de atender o celular, e eu não respondia mais as mensagens. Os convites ficaram por conta de um “pode ser” e de um “que horas?” cansados. Não tem muito que fazer. A gente sofre daquela síndrome de querer mais e nem se acusa. Você não se incomoda mais quando eu olho pras outras meninas – e eu, nem me culpo. Os ciúmes simplesmente desapareceram. Não tem mais brisa nem peito pesado se a gente briga. Não tem mais ira e desculpas, e a calma me assusta. Me assusta ainda como o silêncio fere o amor. É nele que a gente descobre que dá certo junto – e se destrói. Quando o silêncio incomoda mais do que as pancadas nas paredes, a gente sabe que as coisas vão ruir lentamente, calmamente, até só sobrar pó. E pedras. Pra gente arremessar sobre o outro e dizer que a culpa por não ter tentado mais um pouco foi sua. Pra gente tentar provar que a gente ainda consegue sentir alguma coisa juntos – nem que seja dor. E a gente vai fazer isso tudo. Agora ou daqui a algum tempo. Mas enquanto isso, a gente continua sentando à mesa de jantar com uns dois sorrisos fracos. Meu dia foi bom, obrigado. Impassíveis. O retrato da felicidade estável. Pros outros, vai tudo bem. Pra gente também. “Bem é bom”, a gente tenta garantir. Enquanto a gente desvia olhares e segue o ritual, a sopa esfria. O relógio avança. Por dentro, a gente sofre por lembrar de quando a gente – e só a gente – se bastava.

Daniel Bovolento (adaptado)

- Você Não Merece Mais Saber


Recebi sim, todas as mensagens, todas as ligações e sinto sim saudades suas. A questão é que você não merece mais saber. E eu não mereço mais sentir. Porque é sempre a mesma coisa: você vem, diz tudo o que eu quero ouvir e depois some, ignora e finge que não me viu passar. Isso dói pra caramba, sabia? E cansa. Cheguei no estágio que meu coração não acredita mais, nem no seu amor, nem nas suas saudades. E a culpa disso é única e exclusivamente sua. Lamento sim. Lamento por tudo o que fomos algum dia nesse nosso passado nebuloso. Você acha que eu esqueci das tardes, das conversas e dos segredos? Não. Mas não se faça de vítima agora como se não tivesse sido você quem partiu por motivos fúteis. Como se não tivesse sido você quem perdeu tempo com gente que não te amava como eu te amava. Sim, amava. No passado. Porque você se retirou da minha vida, à francesa. Como se eu não fosse sentir. Me desculpe, mas eu não tenho sangue de barata.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

- Loucura


Os homens são tão necessariamente loucos que não ser louco seria uma outra forma de loucura. "Necessariamente" porque o dualismo existencial torna a sua situação impossível, um dilema torturante. "Louco" porque tudo o que o homem faz em seu mundo simbólico é procurar negar e superar sua sorte grotesca. Literalmente entrega-se a um esquecimento cego através de jogos sociais, amorosos, truques psicológicos, preocupações pessoais tão distantes da realidade de sua condição que são formas de loucura - loucura assumida, loucura compartilhada, loucura disfarçada e dignificada - mas de qualquer maneira, loucura.

- Sonhei


Sonhei com você. Sonhei que estávamos de mãos dadas observando o sol se pôr lentamente no horizonte. Você passava a mãos no meu rosto, me mimava, me amava. Meu coração, cansado das buscas, se entregava a ti e ao teu sorriso doce. E teus olhos fixos nos meus me esquentavam. Transformavam tudo o que existia em mim. Seu rosto em meio a penumbra da noite que chegava apresentava-me um lado teu que eu não conhecia. As nuvens escuras dançavam no céu enquanto eu me deitava no teu infinito abraço. A lua aparecia e trazia consigo milhares de poesias tecidas em seu brilho. Acordei, sentia a sua falta. Senti a nossa falta.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

- Olhos de Menino


Não sei se tenho algum problema, mas às vezes é como se pudesse enxergar as pessoas lá no fundo. Senti isso quando percebi o medo dele transbordar em uma frase curta que dissera em meio a uma conversa dessas de todo dia. Foi estranho. Como se uma porta tivesse se aberto por seus olhos, sempre tão prepotentes, e exibido nada mais que um menino assustado querendo colo. Juro que não acreditei quando vi a possibilidade de qualquer insegurança dentro daquele coração. Me quebrou na hora. E é exatamente aí que está o "estranho". Me quebrou de um jeito que eu quis cuidar. Quis muito pegar no colo e dizer "ei, vem cá, vai dar tudo certo". Me encheu de uma ternura, um carinho por ele e aqueles olhos. Mais rápido que um tigre ele recompôs seu ar de superioridade e deu um sorriso daqueles tão imponentes, mas tão imponentes que me fez voltar. Mas meu desejo de cuidar permaneceu, mesmo sem poder, mesmo sem ter permissão pra quebrar de um jeito tão brusco aquela casca desgastada. Algo havia ficado em alguma dimensão que se perdeu ao voltarmos para a realidade. Mas dele ainda há algo que é só meu. Os olhos. E eu não vou esquecer daqueles olhos. Porque os olhos, meu caro, eles não mentem.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"Desculpa" "Você vive pedindo desculpas" "...Desculpa"

- Inverno


Sentia a tua falta. Não minto, nem ao menos me engano. Deitada no escuro, plenas três da manhã, as lembranças de nós dois estavam acompanhadas da insônia. As músicas que embalavam o nosso romance tocavam nos fones, em volume baixo, brando, para ritmar as lágrimas que caiam entrecortadas por sorrisos ao lembrar dos teus olhos brilhando pra mim. E dentro de mim, inverno. Com uma flor bonita, aqui e ali, quando lembrava tuas mãos acariciando o meu rosto e dizendo "sem você o meu dia é uma porcaria, sabia?". Me esforçava pra lembrar do fim, da parte ruim e da capa de ódio a qual me envolvia superficialmente. Mas não dava pra ficar assim pra sempre, porque um simples "bom dia" teu era o suficiente pra desmoronar tudo o que eu havia construído. Abri uma fresta da janela pra sentir a luz da lua invadir o quarto, me invadir. E fechei os olhos, decidida a tentar esquecer, tentar nunca mais pensar em nós. Pelo menos até a próxima noite, escondida por entre as cobertas e as lembranças de ti.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

- Regresso


Voltei. Na humildade das palavras escritas, tenho achado minha paz nas horas de sufoco interior. Esse ano de luta, esforço, perseverança, resistência, sorrisos, lágrimas, privações, estresse... Finalmente chegando ao fim. E ao invés de isso me encher de tristezas, ansiedades e saudades precipitadas, só encontro paz e felicidade dentro de mim. Sem nem ao menos saber onde essa estrada que tenho trilhado vai dar, confio em tudo que plantei. E pretendo colher. Aprendi a aceitar o tempo de Deus. "O que tiver que acontecer, vai acontecer", "há males que vem para o bem" e esses provérbios clichês que a gente lê em qualquer tweet de pseudofilósofos por aí vieram me mostrar que são tão verdadeiros que podem ser tatuados na nossa vida. Dentre as perdas eu encontrei forças, dentre os problemas eu encontrei maneiras de achar a minha paz e na somatória de todos esses dias até aqui, minha vida funcionou como uma incrível roda gigante que me fazia sentir frio na barriga todas as vezes que subia ou descia, sem nem mesmo ter alguém pra gritar "ei, te prepara". Vieram os amores, os cuidados, as amizades... Na hora certa. Tudo na hora certa. E foi bem aí que eu vi o tempo de Deus. Não é questão de religião, sabe? É questão de fé. Uma fé imensa que me toma da cabeça aos pés. Mesmo com o meu jeito meio errado, meio do avesso. É a fé que me fez escalar as paredes quando pensei que estava no fundo do poço. E é a fé que me mantém aqui, com todas as forças reconstruídas pra passar por qualquer prova, qualquer obstáculo e aceitar o que vier. O trabalho é nosso, mas os resultados dependem Dele. Por isso digo, voltei. Não só pro blog, mas pra vida. Voltei pra felicidade. Voltei pra mostrar que se eu me esforcei, me preparei, eu posso conquistar o que eu quiser. Basta acreditar e confiar. Em mim, em Deus e em todos que estavam do meu lado até aqui. 
Sejam bem vindos de volta, meus leitores lindos! Senti saudades! Façam bom proveito de tudo que está por vir. Não só no blog, mas na vida! Carpe Diem.