segunda-feira, 28 de novembro de 2011

- Primeiros Passos


Hoje eu observei uma criança dando seus primeiros passos. Engraçado como ela, que deveria ter seus poucos anos, no início da vida, era persistente. Chegava a ser bonito ver a garra daquele pequenino. Andava, três passinhos cambaleados. Caía, com um sorriso no rosto, depois segurava-se em alguma coisa e levantava como se nada tivesse acontecido. Gritava aos pais de vez em quando, precisava de mãos para ajudá-lo a levantar. Mas sorria, sempre sorria. Fazia das quedas motivo para levantar e continuar andando. Queria conhecer, explorar tudo. Interessante. Ele era apenas uma criança. E eu, que estava observando-o, estava naquele café para curar as dores de um tombo que havia levado nessa vida. Ah, essa vida. Diferente daquela criança, eu não tinha sorriso no rosto, não queria me levantar daquela confortável cadeira. Não pedi ajuda, e chorava feito um cão sem dono. Envergonhei-me enquanto admirava os passinhos incertos daquele guri. Levantei a cabeça, determinada a seguir meu rumo para longe daquele lugar. O café quente aqueceu meus pulmões, senti um novo folego permear meu peito. Sorri. Seria como aquela criança. Me levantaria quantas vezes fossem necessárias, mas chegaria ao topo. A lentos passo, com muito esforço, mas iria chegar. E sorriria, para espantar as dores das quedas que ainda estavam por vir.