segunda-feira, 8 de novembro de 2010

- Areia

E tudo era monótonamente igual agora. Faltava vontade para fazer as coisas que deviam ser feitas, faltava felicidade pra sorrir, faltava um abraço pra aquecer, faltava um coração para pulsar, faltava um sorriso pra aliviar, faltava uma voz pra dizer um 'eu te amo'. Era tudo um vazio enorme, como um abismo onde o chão nunca está perto o suficiente pra se ter um fim. Eu estava andando desnorteada em um labirinto no qual eu mesma havia criado, teias de pensamentos vagando a minha cabeça, insistentes. Eu desisti de pensar quando ví que aquilo só piorava as coisas. Sentir a dor já era ruim, mas avaliá-la e tentar entende-la é muito pior. Queria encontrar um lugar isolado do mundo, onde pudesse escutar apenas o vento balançando os meus cabelos e a areia quente na minha pele, queria me deitar ali e deixar a areia me cobrir até a hora em que tudo sumisse, a hora que eu não pudesse mais ver o céu azul. E enfim eu teria encontrado as respostas pra todas as perguntas. Até onde você iria por mim?