Sabe o que eu sinto agora? Saudade. Sim, saudade de tudo o que já foi, de tudo o que não vai voltar. Sentindo vontade de abraçar gente que nunca mais eu vou poder abraçar, de mimar gente que não se lembra que eu existo, de conversar com gente que já foi parte de mim. Sabe aquela nostalgia que bate? Somos seres humanos, impossível não se derramar em lágrimas ou soltar um sorriso enorme ao lembrar de alguma coisa. Tem horas que não dá mais pra se fazer de durona, que não dá pra não querer voltar no tempo e sentir de novo aquele perfume ou fazer aquelas cócegas. É engraçado de repente só querer um abraço, querer ouvir só uma voz, querer ver só um sorriso e não poder ter nada além de vontades. Daí ficar rebuscando na memória, lembrando, vendo fotos, lendo cartas... E ir se nutrindo das memórias daquilo que te fazia tão bem, tão feliz. A mão coça pra pegar o telefone e discar o número, o coração aperta, mas o medo é maior e acaba anulando as outras vontades. Medo de como aquilo vai ser recebido, medo de como aquela atitude pode terminar. Me disseram que a gente nunca vai saber se não tentar, mas neste caso, eu prefiro ficar aqui no meu escuro mesmo. Ficar aqui me lembrando de você, escutando as músicas que você gosta, vendo as fotos que você está, adimirando a sua letra bonitinha e redondinha que eu sempre elogiei tanto. Ficar aqui e ver o sol nascer, com a esperança que você também esteja vendo, pra eu me sentir mais perto de você.
