terça-feira, 31 de maio de 2011

- Satisfação


Ela estava deitada na cama, segurando-se para não se atirar em direção ao telefone e atende-lo. Sabia que do outro lado estava a voz que, em um piscar de olhos, preencheria tudo aquilo o que estava lhe faltando. As mentiras que estava cansada de ouvir, mas que lhe faziam tão bem. Estava exausta daquelas falsas esperanças. Ela apertou os olhos com força, enquanto as lágrimas fugiam desesperadas. E então a música cessou. Seus músculos relaxaram, as lágrimas fluiam tranquilamente, mas as lembranças brincavam com seu coração. Aquele amor avassalador, espancando-a por dentro querendo sair, mas sendo sufocado por suas próprias vontades. Aquilo doía, a dor de um sacrifício necessário. Você já parou para se perguntar o quanto lutar contra sí próprio pode ser doloroso? Ela gritava por dentro, queimava de uma forma que não poderia suportar. Enquanto por fora, passava graciosamente as mãos por seus olhos para enxugar as malditas lágrimas, sorria e dizia que tudo estava bem. Era a satisfação de mais uma batalha vencida que a fazia sorrir. Apenas isso. O resto era insignificante. [texto antigo]