segunda-feira, 30 de maio de 2011

- Lua

Olhava para a lua e me sentia mais perto de você, porque sabia que mesmo que estivéssemos longe, estávamos dividindo a mesma visão incrível daquele imenso ponto brilhante na escuridão. Ainda me lembro de como você costumava elogiar a lua. Eu pude te sentir tão perto de mim, pude sentir como se nossas almas estivessem interligadas por um elo que nada poderia quebrar. E eu sabia que você estava lá. Escutei o som doce da sua voz cantarolando as músicas que você gostava tanto e o pulsar do seu coração todas as vezes que eu abraçava você. Eu pude lembrar do seu sorriso como se fosse a primeira vez. Aquele sorriso que costumava iluminar meus dias mais do que a lua iluminava o céu daquela noite. A grama molhada sob meu corpo já não me incomodava mais e o frio me servia de abrigo enquanto tentava afastar de mim as lembranças dos seus olhos me fitando quando conversávamos e nos aproximávamos tanto que podia sentir seu hálito quente acariciando minha pele. Fechei os olhos e quando retornei a abri-los, um brilho cortava o céu. Uma estrela cadente. Mentalizei todos os pedidos que fizera para ter você comigo, mas esqueci que as estrelas costumavam mentir para mim. Então pude sentir aquela dor esfacelando meu coração, machucando tudo de mais bonito que existia dentro de mim. Você não estaria mais lá. Nunca mais.