terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

- Caixa Vazia


A garota estava atordoada. Olhava para aquela caixa de todos os ângulos, sacodia, jogava para um lado e para o outro e não encontrava nada. Tudo parecia estar perdido, vazio. Ela acreditou que não existia nada lá dentro, ela chorou, esperneou e se lamentou. Ela queria muito que houvesse alguma coisa ali, por menor que fosse, mas ela não encontrou. Então ela se sentou desconsolada em um canto, sem saber o que fazer. A ideia de que ainda existia alguma coisa ali dentro daquela caixa era a única coisa que a fazia ter vontade de continuar. Mas não havia nada lá, nada além de lembranças. Eram lembranças boas, mas que doíam quando eram remexidas. Então ela decidiu guardar aquela caixa no lugar mais escondido do seu armário e seguiu, mesmo com toda a dor da desilusão de que tudo o que um dia existiu na caixa havia sumido, evaporado. Pra onde se fora tudo aquilo que existia?
Essa garota era eu e a caixa, era você.