sábado, 25 de fevereiro de 2012

- Melhor



É que ela talvez fosse mesmo assim e não há nada que a fizesse mudar, eu digo a menina tem mania de perfeição, ela precisa ser perfeita, parece que não aprendeu que nada nesse mundo é perfeito e que nem ela poderia ser. O cabelo nunca estava realmente arrumado, o corpo nunca realmente bom, a persistência era tanto que a fazia adoecer… Entende o que eu digo? Ela adoeceu da doença da perfeição. Ser boa nunca bastava quando ela podia ser a melhor. E ela era a melhor muitas vezes, em muitas coisas, mas não era o bastante se não fosse em tudo. Recebia muitos elogios, era automático na ponta da língua o obrigado, fazia inveja, sempre fora tão bonita, mas ser bonita nunca lhe bastaria se não fosse sempre a mais. Orgulho de pedra, não admitia um erro sequer! Admitir o erro seria como aceitar que era imperfeita. Nariz empinado e estava sempre certa, discutia e argumentava, estava certa mesmo estando errada. Coitada, não sabia que é errando que se aprende, então nunca aprendeu e talvez nunca aprenderá, ficará por ai tentando ser o que não pode ou tentando ser o que não é.