Ela sabia que era frio sim, mas não sabia bem de onde vinha. Não sabia se estava mais frio fora de sua camiseta ou dentro de seu coração. Na verdade, não sabia mais de nada. Sentia o vento gelado contra seu corpo, como se fosse sua consciência sussurrando 'eu te avisei' repetidas vezes. E ela só sabia respirar e tomar seguidos goles de chocolate quente, aproveitando-se do vapor que era liberado, tentando esquentar as mãos, tentando esquentar a alma, tentando esquentar o coração. Fechava os olhos e se perguntava quantos dias faltavam para o verão, quantos dias faltavam para aquele inverno acabar. Ora, mas já fazia tanto tempo. Ainda assim ela esperava, aquecendo seu peito com suas esperanças que morriam de vez em quando. Que renasciam de vez em quando. Mas só de vez em quando.
