terça-feira, 7 de junho de 2011

- Confusão


Ela não queria. Jurava que não queria sentir, não queria pensar, não queria te querer tanto assim. Pela primeira vez a brincadeira pareceu-lhe perigosa, e seu sorriso mais acolhedor, seus olhos mais profundos. Assustava-a sentir algo assim na hora errada, pela pessoa errada, da maneira errada. Quando te via, tinha vontade de correr e se atirar nos seus braços, ao mesmo tempo em que queria ir para o mais distante possível e esconder-se dessa confusão dentro de seu peito. Ao mesmo tempo que queria ficar e cuidar de você, ela queria ir embora e entender que você não precisava de seus cuidados. A parte mais traiçoeira de toda a história é que você conseguia, mesmo que momentaneamente, preencher o buraco que existia lá dentro de seu coração. Conseguia despertar o melhor que existia nela. A ternura e o carinho que fizera questão de esconder em uma caixa e trancar a sete chaves. Fechava os olhos, desviava o olhar tentando escapar das sensações estranhas que você a causava, mas quando olhava novamente, lá estavam os seus olhos fazendo com que ela se perdesse de novo, e de novo... Debater-se consigo mesma milhões de vezes para  saber se deveria fugir ou ficar ali e esperar pra ver se não estava confundido as coisas. Ela só queria entender o que estava sentindo. Estava com medo, muito medo.