quarta-feira, 29 de setembro de 2010

- Perda

"Andei pensando coisas. Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro, mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua viva, há então uma morte anormal. O nunca mais de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter nunca mais quem morreu. E dói mais fundo porque se poderia ter, já que está viva. Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: adeus. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. E dói, dói muito."
Caio F.